De acordo com a cosmogonia no Tao Te Ching, a origem do universo se dá pela seguinte explicação:
“WU JI, o vazio original, o princípio anterior à criação, dá origem ao TAO, o caminho da espontaneidade natural que produz todas as coisas que existem e que inexistem. O TAO ou TAIJI, também chamado “A Grande Polaridade”, da origem à relação dos cinco elementos, gerando as dez mil coisas ou a infinidade de formas existentes no universo.
O WU JI é representado por um círculo vazio que, por ser equivalente ao nada, não caberia ser representado todavia.
O poema 42 do Tao Te King, livro clássico do Taoísmo, escrito por Lao Tsé no ano 600 a.C., aborda este assunto, afirmando:
“Do TAO veio o UM.
Do UM veio o DOIS.
Do DOIS veio o TRÊS. E o TRÊS gerou os Muitos...”
Na execução da primeira postura do Taijiquan, denominada ´Postura do Princípio Infinito`, constrói-se todo o fundamento interior meditativo implícito nessa prática:
[ eretos com os pés juntos, relaxando de cima para baixo, conecta-se o topo da cabeça ao cosmos e o baixo ventre ao centro do planeta; ata-se as energias Yang e Yin respectivamente;
[ leve sorriso nos lábios, predispondo a um verdadeiro sentimento de gratidão no coração; esvazia-se o peito, enchendo o Tan Tien inferior (ponto central, 4 dedos abaixo do umbigo), propiciando à respiração abdominal;
[ a ponta da língua deve tocar o palato duro (teto da boca ou, como falamos, o céu da boca). É importante lembrar que essa ação deve ser constante durante toda prática do Tai Chi. Os benefícios se dão, principalmente, em dois aspectos: um relativo à salivação: durante o desenrolar da atividade, em que se deve engolir como se fosse um ‘elixir de saúde’ para o trato digestivo e intestinal; o outro se refere ao circuito energético chamado “circulação microcósmica”, pois ligamos com a língua os dois meridianos centrais denominados Ren Mai e Du Mai, que sobe pela coluna. Esta órbita energética promove a harmonização dos órgãos internos, com benefícios importantes para a saúde integral, já que circunda o tórax, o abdome, o baixo ventre e, subindo pela coluna, beneficia a medula e o cérebro.
Para se chegar à segunda postura, promove-se um afundamento das energias; flexiona-se vagarosamente os joelhos e, ao mesmo tempo, levanta-se o calcanhar da perna esquerda; desloca-se o pé lateralmente na largura dos ombros, distribuindo-se o peso do corpo.
Alguns autores chamam esta postura de WUJI, o que discordo, pois o vazio original é anterior à diferenciação Yin Yang, que aqui - em equilíbrio das forças - é o TAO, a unidade.
A partir daí, as demais posturas seguem o fluxo da sequencia de cada forma.
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